quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Algo a mais

Princípios básicos da mecânica respiratória
A ventilação pulmonar é medida pela quantidade de ar que entra e sai dos pulmões num minuto, a ventilação ocorre graças a um sistema de fole que envolve o conjunto tórax/pulmões, tal sistema é ativado a cada incursão de ar, devido as alterações pressóricas
A ventilação dos pulmões consiste em apenas uma das três condições básicas da respiração (ventilação, perfusão e difusão). A respiração propriamente dita ocorre num processo posterior, quando o oxigênio captado na atmosfera, após ter sido conduzido pela corrente sanguínea, atingir o meio celular.

Recursos manuais da fisioterapia respiratória
  • TAPOTAGEM
É uma forma especifica de percussão torácica ou pulmonar, muito conhecida e interessante utilizada há muito tempo, é uma técnica terapêutica muito eficaz, porém, quando mal empregada, é ineficaz e até prejudicial. Para que esse problema não ocorra, assim como em qualquer outra técnica manual, é necessário o máximo de precaução e o perfeito conhecimento e domínio prático da técnica. Recomenda-se o auxílio da ausculta dos ruídos pulmonares antes e durante sua aplicação, nesse caso é imprescindível que o fisioterapeuta respiratório tenha um bom conhecimento da ausculta pulmonar, a fim de que se justifique o emprego da tapotagem.
A tapotagem consiste em percutir com as mãos em concha ou em ventosa as regiões torácicas relacionadas com as áreas pulmonares em que haja secreções, respeitando-se as regiões dolorosas, como as regiões anteriores do tórax e aquelas em que haja proeminências ósseas acentuadas.
A tapotagem não se deve ser aplicada diretamente à pele, assim, a região do tórax que será tapotada, deve ser protegida por um tecido de pano não muito grosso, nem muito fino.
O som produzido pela tapotagem é um dos indicadores de que manobra esta sendo realizada correta ou incorretamente.
O paciente deve ser orientado a tentar relaxar sua musculatura paravertebral, facilitando com isso a transposição das ondas vibratórias aos pulmões e evitando uma eventual dor torácica, deve também na medida do possível, inspirar suave e profundamente pelo nariz e expirar normalmente pela boca.
A tapotagem é contra-indicada ou deverá ser aplicada com cautela quando o paciente apresentar ruídos sibilantes exacerbados, o que indica um estado de espasmo bronquial, sobretudo se acompanhado de dispnéia, crise asmática, edema agudo do pulmão, fratura de costelas, cardiopatias graves, presença de hemoptise, metástase do pulmão ou de mediastino, em certos casos de pós-cirurgia e em menos de uma hora após as refeições.
  • PERCUSSÃO CUBITAL
Com mesmos objetivos da tapotagem, a percussão cubital consiste em percutir o tórax mediante o movimento de desvio radioulnar com uma das mãos semifechada, mais precisamente com o lado hipotenar sobre a outra mão ou os dedos da outra mão, que está em concha e permanentemente acoplada ao tórax do paciente.
A principal diferença entre a pressão cubital e a tapotagem é que o movimento de “resvalo torácico”, na pressão cubital, é menos vibrátil, podendo ser mais bem empregado nos casos em que a tapotagem causa dor, como nas seguintes situações: sobre ou próximo a incisão cirúrgica, nas regiões anteriores do tórax, ou na presença de qualquer tipo de dor torácica superficial insuportável a tapotagem.
A percussão cubital, embora menos vibrátil, por tratar-se de um movimento brusco, proporciona maior estimulo a tosse. Esse aspecto nos leva a acreditar que esta manobra tem efeito mais centralizado que o da tapotagem, porém, essa diferenciação só é considerada quando a técnica é corretamente aplicada.
As indicações, contra-indicações e precauções da percussão cubital seguem as da tapotagem.

  • VIBRAÇÃO MANUAL
A vibração manual ou vibroterapia consiste em movimentos rítmicos, rápidos e com intensidade suficiente para causar a vibração em nível bronquial. É realizada com as mãos espalmadas, acopladas e com certa pressão no tórax do paciente, o punho e o cotovelo de quem aplica deverão permanecer imóveis, impulsionando os movimentos vibratórios com um trabalho mecânico proveniente da musculatura do braço e do ombro, deixando os demais grupos musculares do membro superior contraídos isometricamente e as articulações do punho e cotovelo imóveis.
Como o próprio nome já diz a vibração manual consiste em fazer vibrar com as mãos o tórax do paciente com objetivo de deslocar secreções pulmonares já soltas, conduzindo-as para os brônquios de maior calibre e a traqueia, e daí para fora do sistema respiratório.
A vibração manual, embora seja de simples aplicação, por exigir potentes contrações musculares provenientes dos ombros e dos braços do fisioterapeuta, acaba sendo substituída por almofadas vibratórias eletrônicas.
A vibração manual não provoca ondas vibratórias tão bruscas como a tapotagem e a percussão cubital indireta, podendo ser aplicada em qualquer caso, em tempo suficiente para que haja a expectoração.
A vibração manual é uma manobra manual da fisioterapia respiratória empregada com muita freqüência e, por objetivar a condução das secreções soltas, torna-se muito mais eficiente quando aplicada após terem sido realizadas percussões pulmonares.


fonte: COSTA, Dirceu. Fisioterapia Respiratória Básica. São Paulo: Editora Atheneu, 2004.

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