quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O auxílio de aparelhos

OXIGENOTERAPIA
A oxigenoterapia é uma terapêutica que tem finalidade e primaria a administração do oxigênio suplementar na tentativa de manter a saturação de oxigênio maior que 90% corrigindo o prejuízo na liberação de oxigênio. É empregada com base no conhecimento dos índices de oxigenação do paciente em que várias medidas e índices derivados são utilizados para a avaliação da oxigenação. Entre estes, incluem-se pressão e saturação arterial de oxigênio conteúdo do oxigênio arterial, saturação e pressão de oxigênio venoso misto, liberação sistêmica de oxigênio.

VENTILAÇÃO MECÂNICA
A ventilação mecânica teve um papel importante na história da medicina desde quando se constatou que, com um hemitórax aberto, um animal morria devido a colapso pulmonar, esforço respiratório crescente e alterações hemodinâmicas. Com isso, começaram a surgir os primeiros métodos de insuflação pulmonar.
Fundamentação de ventilação mecânica
O objetivo da ventilação mecânica é oxigenar o sistema respiratório de um paciente que já não consegue respirar satisfatoriamente e de forma espontânea. A ventilação mecânica só será indicada quando houver razões para crer que a doença responsável pela insuficiência respiratória apresenta um componente reversível suficiente para o retorno a respiração espontânea. Todavia, quando houver insuficiência respiratória grave, somente a ventilação mecânica será capaz de manter a vida do paciente.
A decisão de se iniciar uma ventilação mecânica deve ser tomada com o conhecimento completo, não só das consequências de deixar um paciente dependente de um aparelho, mas também com a consciência profissional especializada, assim como uma equipe técnica constantemente ao lado do paciente, num verdadeiro sistema de terapia intensiva. Alem disso, deve-se considerar que o período necessário para a ventilação mecânica pode variar de poucos dias a semanas ou meses.
Um paciente que necessitar de um longo período de ventilação mecânica terá muita dificuldade em ser desmamado. Assim sendo, para se iniciar uma ventilação mecânica, deve-se levar em conta um grande elenco de parâmetros clínicos e de avaliação funcional respiratória. Desses parâmetros, destacam-se a gasometria arterial, o volume corrente, a freqüência respiratória, o volume-minuto, entre outros, os quais são importantes tanto na indicação da necessidade de ventilação mecânica quanto na monitorização do paciente.
Há uma diferença entre a ventilação mecânica para indivíduos jovens e adultos e aquela realizada no bebe recém-nascido (neonato), pois os parâmetros que norteiam a ventilação mecânica de modo geral, levam em consideração as características fisiológicas de cada um, que nesse caso são diferentes.

INTUBAÇÃO
A intubação consiste na introdução de um tubo através da fossa nasal ou da boca, com o objetivo de atingir a traqueia, quando ficar estabelecido que há necessidade da ventilação mecânica. Como tal decisão tem de ser tomada rapidamente, a fim de garantir a vida do paciente, e requer habilidades e conhecimentos específicos, somente um profissional qualificado poderá fazê-lo.
Vias de intubação:
A intubação poderá ser feita por via nasotraqueal e orotraqueal e através da traqueostomia.
  • Intubação nasotraqueal
A intubação nasotraqueal é mais complexa e bem mais desconfortável para o paciente consciente do que a orotraqueal. Este tipo de intubação só será indicado se houver impossibilidade de se fazer o outro.

  • Intubação Orotraqueal
A intubação orotraqueal, alem de mais fácil, é menos desconfortável para o paciente. No entanto, este tipo requer maior habilidade para colocação do tubo. É necessário que o paciente esteja com flexão de pescoço e extensão de cabeça, para que haja favorecimento na penetração correta do tubo na traqueia e não no esôfago. Neste tipo de intubação, deverá ser feito um afastamento da língua do paciente para favorecer a abertura do golpe.

  • Traqueostomia
A traqueostomia, que consiste na intubação diretamente na traqueia só será realizada quando houver obstrução acentuada das vias aéreas superiores, ou quando se souber antecipadamente que o paciente irá permanecer por longo tempo com a ventilação mecânica, ou quando o tubo orotraqueal ou nasotraqueal  estiver causando problemas. É realizada através de uma incisão na região anterior do terço superior da traqueia, aproximadamente 4cm abaixo da proeminência anterior da cartilagem tireóide. O tubo nasotraqueal é mais estreito que o orotraqueal, e ambos apresentam aproximadamente 20cm de comprimento, enquanto o tubo usando na traqueostomia é bem menos em comprimento.


EXTUBAÇÃO
É uma manobra relativamente simples, que só poderá ser realizada com a certeza de que o paciente não necessitaria mais de ventilação mecânica, o que se dará após ter ocorrido todo o processo de desmame.
Para realizar a extubação, deve ser adotado, como critério básico, o fato de o paciente estar consciente e alerta, apto a manter uma respiração espontânea, com tosse adequada, além disso, a produção de secreção não deve ser excessiva.
A extubação propriamente dita segue o seguinte procedimento, inicialmente devem-se esclarecer ao paciente os procedimentos por serem adotados, as etapas e condutas. Convém realizar, antes de extubação, as manobras de higiene brônquicas e a aspiração, a fim de proporcionar uma ventilação adequada. Em seguida coloca-se o paciente sentado ou semi-inclinado, retiram-se as fixações e com a uma seringa, desinsufla-se o cuff. Orienta-se o paciente a respirar profundamente com a boca aberta e no fim da inspiração, retira-se o tubo endotraqueal. Retirado o tubo, orienta-se o paciente a tossir a fim de eliminar secreções que se encontram na traqueia. Em seguida coloca-se um suporte de oxigênio com cateter nasal ou máscara facial com nebulização e monitoriza-se o paciente com um oxímetro de pulso. Às vezes, reintubação pode ser necessária quando o paciente não apresenta as condições adequadas para manter uma troca gasosa eficiente.

fonte: COSTA, Dirceu. Fisioterapia Respiratória Básica. São Paulo: Editora Atheneu, 2004.

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